domingo, 27 de janeiro de 2013

Desemprego – Uma Epidemia Mundial


Segundo a OIT, existe hoje, no planeta, algo em torno de 200 milhões de desempregados
Se emprego, trabalho, ocupação profissional, podem ser considerados sinais vitais de saúde plena do individuo e da sociedade e o desemprego sintoma de disfunção ou doença, estamos vivendo uma epidemia de proporção global.
O mercado de trabalho sempre foi um campo dinâmico, competitivo e muitas vezes selvagem, quando milhões de novos candidatos saem todos os dias a procura de seu espaço profissional.
Neste estreito corredor, que acena para a independência financeira, o sucesso profissional e a dignidade pessoal, muitos se acotovelam, buscando se mostrar aptos competentes e preparados para ocupar mais um cargo que o mercado demanda.
A preparação nas escolas superiores e profissionalizantes, os estágios, as entrevistas, tudo isto pressiona o jovem candidato, a arreganhar os dentes e exercitar suas garras, para se inserir definitivamente nesta disputa que provavelmente só terminará com a aposentadoria ou a morte.
As tecnologias se renovam, os sistemas se modernizam, muitas profissões se extinguem e outras aparecem para suprir as necessidades no novo e efervescente modelo de mercado.
O trabalhador experiente, antes oficial qualificado, um mestre de oficio, hoje ultrapassado e exaurido em suas competências, dando lugar ao jovem que chega carregado de conhecimentos novos e novas habilidades, para fazer o seu serviço de maneira mais adequada à moderna linha de produção.
Será possível neste modelo, se associar experiência às novas tecnologias de forma a tornar aquele trabalhador curtido e maduro em recurso humano assimilável e útil dentro desta nova ordem?
Ou a tendência natural seria o descarte sumário de uma peça que não consegue mais seguir o seu ritmo alucinante?
Eis o paradoxo. Se existem no mundo milhões de desempregados, por outro lado faltam a este mercado milhões de profissionais qualificados, para exercerem serviços de maior especialização.
Neste modelo, o profissional experiente que se recicla, tem sido buscado cada vez mais como contraponto ao jovem cheio de energias e teorias acadêmicas, mas que se movimenta desajeitado pelas suas engrenagens.
O ponto de equilíbrio que este mercado procura parece estar situado entre estes dois vetores: Experiência e tecnologia, o velho que se renova e o novo que assimila sua experiência.
Assim como os recursos materiais descartáveis podem ser reciclados para suprir novas necessidades da sociedade de consumo, os recursos humanos podem também, somar suas experiências e valores ao conhecimento das modernas tecnologias, e suprir com qualidade suas lacunas e carências profissionais.
Aos jovens profissionais que chegam afoitos ao mercado de trabalho, os exemplos dos pioneiros, vistos, muitas vezes com desdém, como peças ultrapassadas, podem ainda ser de real valia para que seu precioso conhecimento seja incrementado com um maior grau de maturidade e humanidade. Elementos diferenciais indiscutíveis nesta corrida determinada por um lugar ao sol.


                                                                  João Drummond



  







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