Segundo
a OIT, existe hoje, no planeta, algo em torno de 200 milhões de desempregados
Se
emprego, trabalho, ocupação profissional, podem ser considerados sinais vitais
de saúde plena do individuo e da sociedade e o desemprego sintoma de disfunção
ou doença, estamos vivendo uma epidemia de proporção global.
O
mercado de trabalho sempre foi um campo dinâmico, competitivo e muitas vezes
selvagem, quando milhões de novos candidatos saem todos os dias a procura de
seu espaço profissional.
Neste
estreito corredor, que acena para a independência financeira, o sucesso
profissional e a dignidade pessoal, muitos se acotovelam, buscando se mostrar
aptos competentes e preparados para ocupar mais um cargo que o mercado demanda.
A
preparação nas escolas superiores e profissionalizantes, os estágios, as
entrevistas, tudo isto pressiona o jovem candidato, a arreganhar os dentes e
exercitar suas garras, para se inserir definitivamente nesta disputa que
provavelmente só terminará com a aposentadoria ou a morte.
As
tecnologias se renovam, os sistemas se modernizam, muitas profissões se extinguem
e outras aparecem para suprir as necessidades no novo e efervescente modelo de
mercado.
O
trabalhador experiente, antes oficial qualificado, um mestre de oficio, hoje
ultrapassado e exaurido em suas competências, dando lugar ao jovem que chega
carregado de conhecimentos novos e novas habilidades, para fazer o seu serviço
de maneira mais adequada à moderna linha de produção.
Será
possível neste modelo, se associar experiência às novas tecnologias de forma a
tornar aquele trabalhador curtido e maduro em recurso humano assimilável e útil
dentro desta nova ordem?
Ou
a tendência natural seria o descarte sumário de uma peça que não consegue mais
seguir o seu ritmo alucinante?
Eis
o paradoxo. Se existem no mundo milhões de desempregados, por outro lado faltam
a este mercado milhões de profissionais qualificados, para exercerem serviços
de maior especialização.
Neste
modelo, o profissional experiente que se recicla, tem sido buscado cada vez
mais como contraponto ao jovem cheio de energias e teorias acadêmicas, mas que
se movimenta desajeitado pelas suas engrenagens.
O
ponto de equilíbrio que este mercado procura parece estar situado entre estes
dois vetores: Experiência e tecnologia, o velho que se renova e o novo que
assimila sua experiência.
Assim
como os recursos materiais descartáveis podem ser reciclados para suprir novas
necessidades da sociedade de consumo, os recursos humanos podem também, somar
suas experiências e valores ao conhecimento das modernas tecnologias, e suprir
com qualidade suas lacunas e carências profissionais.
Aos
jovens profissionais que chegam afoitos ao mercado de trabalho, os exemplos dos
pioneiros, vistos, muitas vezes com desdém, como peças ultrapassadas, podem
ainda ser de real valia para que seu precioso conhecimento seja incrementado
com um maior grau de maturidade e humanidade. Elementos diferenciais
indiscutíveis nesta corrida determinada por um lugar ao sol.
João
Drummond
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