Einstein se imaginou
viajando num raio de luz e viu coisas da realidade deste mundo que estão vedadas
ao mortal comum.
Tentei fazer o mesmo exercício,
mas não é tarefa fácil, mesmo em estado de meditação.
Você se imagina
reduzido a um fóton, monta num raio de luz e sai rebatendo cabeça numa massa
disforme de energias dinâmicas e multicoloridas em constante movimento e mutação.
Não dá pra ver nada
que se identifique com este mundo terra a terra a que estamos habituados com
suas rotinas e mesmices.
O resultado foi melhor
quando me imaginei montado num raio laser projetado para o espaço, mas mesmo
assim a sensação de tedio é dominante, já que se levam anos e anos luz, numa
viagem em que o cenário pouco muda.
Achei melhor confiar
nos velho Einstein e nas teorias que ele nos legou advindas destas viagens astrais
porque afinal seu cérebro privilegiado, podia ver coisas mesmo viajando na
velocidade da luz, que cérebros medianos nem podem sonhar, muito menos conceber.
Ele disse, traduzindo
para a linguagem banal que nada é o que parece e todo o universo é uma
estrutura que se move e se modifica o tempo todo. Constatou que o que nós
chamamos de realidade é algo só nosso já que ela depende do ponto de vista do
observador. Ou seja, este mundo de Einstein é um mundo de múltiplas e infinitas
possibilidades e cada qual de nós tem a sua realidade exclusiva.
Este mundo é despojado
de todas as certezas e o absolutismo cedeu lugar ao relativismo onde cada
realidade é forjada num piscar de olhos baseada em diretrizes e parâmetros intrínsecos
e extrínsecos combinados.
A física tradicional
perdeu status para a física quântica quando nossos pensamentos passaram a criar
a realidade e não mais observá-la e descrevê-la.
No que se refere às
opiniões, a lei da relatividade prevalece. Cada um de nós detém as suas
exclusivas, baseadas em valores que assimilamos ao longo do nosso aprendizado,
como gafanhotos que somos neste Templo chamado Terra.
Observamos, no entanto,
que o império da física tradicional, absolutista, ditatorial, ainda prevalece
entre pessoas bem informadas que se travestem com pensamento progressista ou
conservador, quando afirmam com absoluta certeza suas teses como únicas e
ungidas, e quem mais pense diferente é desonesto, hipócrita, idiota e outros
adjetivos mais contundentes.
Resolvi enquanto
escrevia este texto que vou continuar buscando, nesta viagem entre as estrelas,
montado em um raio de luz, o equilíbrio e a inspiração necessários para prosseguir
nesta busca sem de fim de respostas, que além da dura realidade, além da física
dura e imutável, me permitam continuar a sonhar, a sonhar e a sonhar.
João Drummond
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