Vivemos um tempo de
poucas certezas, muitas dúvidas e milhares de polemicas. Já me vangloriei um
dia de ter aquela velha opinião formada sobre tudo, mas me lembro também de ter
dito em outra oportunidade, que preferia ser uma metamorfose ambulante.
Hoje não sei mais. Está
tudo tão estranho, diferente. Antigamente, se você tinha uma dor de cabeça,
nada que um melhoral não resolvesse. Hoje, antes de tomar um comprimido banal,
é preciso saber primeiro se é gripe ou dengue. Os sintomas são muitas vezes
parecidos, e as duas podem matar.
Antigamente, crianças
de 15 ou 16 anos jogavam bola nas ruas, hoje assaltam, estupram e matam. Não
que eu seja saudosista, mas aqueles tempos me parecem, visto sob a ótica atual,
mais simples e fáceis de serem vividos.
O padre ou pastor
celebravam missas, dirigiam cultos, hoje arrecadam dinheiro dos fieis para
sustentar seus vícios e regalias, isto sem falar na pedofilia.
O policial protegia a sociedade,
prendia bandidos, promovia a lei e a ordem, hoje compete em gênero, numero e
grau com a bandidagem, e pior resguardado pela farda e financiado com as verbas
do contribuinte.
Político que se
prezasse estava acima de qualquer suspeita e palavras como honra e ética tinha
um significado real e factível, hoje não passam de clichês de campanha.
Temos que nos apressar
e tomar posição sobre algumas questões polemicas como: maioridade penal,
aborto, união homo, pena de morte, eutanásia, internação compulsória,
progressão de pena, divórcio, descriminalização das drogas, cota racial,
homofobia, liberdade de expressão, lei seca, etc.
Tá difícil. Não dá para simplesmente dizer “pare o mundo
que eu quero descer”. Os ladrões de antigamente só roubavam e iam embora, já os
de hoje roubam, estupram, matam e vão embora, tudo sob os olhares banais das
câmeras eletrônicas. Sabem eles que diante de falta de vagas em presídios e da
morosidade da justiça logo estarão de novo na ativa, principalmente se forem
menores. O ideal e serem menores de idade, maiorais no crime e gigantes em
maldade.
Até mesmo os juízes da
suprema corte podem ser questionados pelos bandidos, bandoleiros e mensaleiros
que eles condenam.
Todas as certezas
caíram por terra, já que, como Einstein apregoava, “tudo é relativo”.
Ninguém mais assume
responsabilidades por seus atos, uma vez que frases vazias como: sou inocente,
não sabia, ou eu não estava lá, ganharam força de lei.
Antes o crime era uma
exceção. Hoje, para não fugir à regra geral até na Internet a bandidagem come
solta. É vírus que não acaba mais para todos os gostos e desgostos. Alguns
e-mails chegam a ser ridiculamente repetitivos. Todo santo dia eu ganho
milhares, milhões de dólares de falsas loterias internacionais, dezenas de
adivinhos ou médiuns tem todas as respostas sobre o meu futuro. Isto sem que eu
pergunte nada.
E-mails misteriosos
chegam me oferecendo remédios para ejaculação precoce, ou falta de ereção.
Falsas mensagens de bancos avisam que tenho que atualizar o dispositivo, ainda
que eu não tenha e nunca tenha tido conta no tal banco.
A justiça, em sua
cautela máxima como operadora do direito, exerce diuturnamente as maiores
injustiças, já que arremessa para futuro incerto e desconhecido o ultimo bater
do martelo. (haja recursos).
Temos duvidas se
vivemos num estado democrático de direito ou numa terra de ninguém, sem lei e
sem ordem. (Ordem e Progresso é nosso lema). É de embrulhar o estomago.
Ao fim de um dia de
trabalho árduo, de ter pagado todos nossos impostos e de ter assimilado todas
as informações que nós cidadãos temos por direto e dever, haja estomazil para
engolir e digerir o que um dia foi uma Pátria Amada, e hoje não passa de simplesmente
um país chamado Brasil, a terra em que se plantando tudo dá, e onde o crime
cresce e floresce como erva daninha.
João Drummond
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