Durante
palestra proferida para alunos em universidade de Brasília, algumas falas do
Ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, repercutiram na mídia e calaram
fundo no congresso.
Mesmos
sendo amenizadas depois, em nota oficial do STF, as “verdades” proferidas pelo
ministro continuam a ecoar entre a opinião publica, como alerta e um ponto de
reflexão sobre nosso ultrapassado e frágil sistema político.
O
mais incrível desta historia é que Joaquim Barbosa não disse nenhuma novidade e
nenhuma inverdade. Mas como a verdade dói!!!
“O
Congresso Nacional é dominado pelo executivo”.
“Temos
um congresso de mentirinha”.
“A
política partidária é mais estomacal que ideológica”.
“Puxadores
de voto elegem, por formação de coeficiente eleitoral, políticos aventureiros e
sem representatividade popular”.
“Partidos
políticos, no congresso não tem identificação com o povo”.
“A
nossa macro política á pulverizada num amontoado de siglas sem caráter e sem
ideologia”.
Estes
e outros conceitos estão presentes no pensamento popular, e são ditos e
repetidos exaustivamente pelo cidadão, dentro da péssima avaliação que ele faz
da política e dos políticos.
As
palavras de Joaquim Barbosa, proferidas em ambiente universitário, com o
intuito de promover o debate e instigar o espírito critico, cumpriram o seu
propósito. Não dá para supor que ao dizê-las, o ministro não imaginasse que
elas extrapolariam, os limites do auditório e ganhariam a mídia como uma critica
direta ao congresso, aos políticos e ao executivo.
Supor
também que este seja um pensamento exclusivo e solitário do ministro Joaquim
Barbosa é apostar na ingenuidade. Muitas verdades, para serem ditas precisam
de vozes corajosas e de notória credibilidade. E ainda que sejam depois
minimizadas ou mesmo desmentidas, continuam conduzir seu conteúdo e promover
debates e polemicas.
As
verdades doem e incomodam, mas devem ser ditas e caberá sempre a alguém,
considerado inconveniente e dissonante a tarefa ingrata. A reforma política no
Brasil se mantém ha décadas em compasso de espera, como um defunto enterrado em
cova rasa.
O
problema é que sua solução passa necessariamente por cortes profundos na carne
do congresso, e a não ser que a sociedade cobre com a devida força, esta
questão estará sempre sendo lançada para o próximo exercício... e o próximo...
e o próximo.
Para
o bem da nossa democracia, é crucial que outras vozes corajosas e
inconvenientes se somem a do ministro Joaquim Barbosa, numa cruzada que, a
exemplo de outras de mesma envergadura, do nosso passado remoto e recente
mudaram a cara do Brasil.
Por
isto tudo, Reforma política já. Assim como um dia tivemos:
(Independência
do Brasil - Proclamação da Republica – Abolição da escravatura - Direitos
políticos das mulheres - Luta contra a ditadura - Diretas para presidente –
Combate a corrupção etc.).
João Drummond
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