O
movimento começou em São Paulo, como quem não quer nada, contra o aumento das
passagens de ônibus. Não foi levado muito a serio e nem compreendido pela
maioria da população.
A
informação de que o valor de três mil reais, pagos por alguns líderes do
movimento, como fiança, vinha corroborar que o movimento tinha conotação
política, e vinha sendo manipulado por interesses escusos.
Na
seqüência, a resposta, considerada exagerada da policia provocou um efeito em
cascata, e o movimento cresceu, em dimensão e intensidade, ganhando as ruas de
outras cidades e ampliando sua pauta de reivindicações.
O
mau serviço público, a burocracia burra e ineficaz, a corrupção em todos os
poderes e níveis de governo, a violência crescente contra o cidadão, o sinais
de retorno da inflação, a falta de saúde e educação de qualidade, somados aos
gastos exorbitantes na organização da Copa das Confederações e da Copa do
Mundo, a impunidade, para os crimes em geral e em especial para os de colarinho
branco, as tentativas de se controlar e diminuir os mecanismos, mais eficientes
de investigação de crimes contra a administração publica, a falta de respostas
eficientes da justiça em casos como o mensalão.
Ficou
claro que o grande catalisador deste movimento, foi a soma das frustrações, da
perda de paciência, de todos os sentimentos de repudio e revolta, contra um
regime que envelheceu e apodreceu, se distanciando cada vez mais dos interesses
públicos e da voz das ruas.
Os
políticos se acostumaram com estas
praticas mesquinhas e odiosas de se valer do povo apenas para se eleger, e
depois passar os quatro anos de mandato se arrastando no congresso em
negociatas e acordos espúrios que apenas respondem a interesses particulares e
de aliados.
O
povo, este é apenas o detalhes sem importância. Que se dane. Os partidos governistas, estes
sim adormeceram em berço esplêndido, ofuscados pela conquista do poder e pelo
controle acachapante das instituições e mecanismos da democracia, via bolsas “qualquer
coisa”.
Está
cada vez, mais claro que o brasileiro não mais se contenta apenas com pão e
circo. A cidadania de segunda categoria não nos serve mais. Os nossos
governantes devem ouvir e sintonizar com esta voz angustiada e afoita, que ecoa
pelas ruas e que reivindica com toda a força de sua nacionalidade um novo
Brasil.
João Drummond
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