As eleições deste ano
para presidência da república no segundo turno colocaram o eleitorado num
dilema. Não existe uma alternativa: ou o fogo ou a frigideira.
Um amigo me dizia algo
que expressa bem esta situação: “Nunca imaginei que estaria, na minha idade,
(sessenta e poucos anos) decidido a votar no Aécio, mas não aguento mais o PT
no poder”.
Desde que deixou de
ser oposição e assumiu o governo há doze anos e PT se transfigurou.
De um partido de
oposição aguerrido, baluarte da ética na politica, detentor a espada da justiça
social, para um partido fragmentado em suas convicções, capaz de amealhar a
escoria politica brasileira em nome da governabilidade, exatamente o que condena
nos outros partidos.
Se de um lado o
partido se vangloria da sua militância, que foi o diferencial em outras
campanhas, o PT conseguiu cria contra si o antipetismo, que se opõe com unhas e
dentes ao petismo radical.
Estes militantes
funcionam como uma torcida organizada (um bando de loucos), apaixonados e
desprovidos de espirito critico.
Tudo que criticam nos
partidos de oposição atribuem a si como virtude.
Valem-se abusivamente
de velhos jargões com a direita conservadora reacionária, as elites privilegiadas
etc.
Não percebem que parte
destas elites se refere a empresários que geram riquezas, pagam impostos e
criam postos de trabalho. Alias não há aumento de empregos sem o aumento
proporcional dos meios de produção e ampliação da base monetária.
Ou seja, não há
emprego sem patrão, figura quase que demonizada pelas hostes mais radicais do
PT.
Não se lembram,
convenientemente que para o partido ganhar as eleições há doze anos precisou de
uma aliança pragmática com o empresário mineiro Jose Alencar, proprietário da
Coteminas, (seu vice à época), aliança esta que permitiu ao PT expandir seu
eleitorado para além dos 20% que detinha até então e ganhar sua primeira
eleição.
Nesta aliança, Jose
Alencar avalizava o projeto politico do PT e ajudava a quebrar a desconfiança
do mercado e de parte do eleitorado mais conservador.
O PT se vangloria de
muitos feitos e façanhas que atribui a si exclusivamente, como os programas
sociais, o aumento do numero de empregos, a maior distribuição de rendas, etc.
Não menciona que pegou em contrapartida a estrada da economia já pavimentada
para a implementação de seus projetos, por obra e graça de governos anteriores.
A corrupção é um
capitulo a parte nesta história. Discute-se muito a corrupção do passado do
PSDB e a corrupção atual do PT e seus aliados.
Nisto os dois grupos
políticos não diferem a não ser pela cronologia dos fatos.
A verdade é que para
os antipetistas depois de doze anos no poder, o PT já deu, (democracia não
pressupõe da alternância de poder?).
São estes antipetistas
que se somam hoje as fileiras de Aécio Neves, não por suas virtudes, mas como
um instrumento para por fim a esta dinastia que se tornou nefasta, corrompida,
corroída em seus ideais e princípios.
Para os partidos que
chegam ao poder existe um alerta: toda corrupção pode ser castigada, e quem
chegar lá sabe que os instrumentos de controle e repreensão de crimes de
colarinho branco estão se aprimorando. Não dá mais para vacilar.
Contabilizando os pós
e contras a questão Petrobras pode vir a ser fator decisivo nestas eleições, e
pode custar caro ao PT e seus aliados o uso e abuso de seus recursos para fins
políticos e de interesse pessoal.
A própria Dilma
tardiamente reconheceu os desvios de recursos e de conduta na Petrobrás, (não
tinha alternativa, o eleitorado não é burro).
Enfim esta eleição
está em aberto e quem sair vencedor dela o fara por pouca margem votos e sabe
que terá contra si uma oposição quase tão forte quanto o próprio governo. Aí
sim a democracia terá cumprido seu curso mais virtuoso. Governo representativo
e oposição robusta.
João Drummond
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