A história registra e comemora – 21
de abril – dia de Tiradentes e da Inconfidência Mineira. É oficialmente o dia
que homenageia o movimento de insurreição de 1789, à tirania da coroa portuguesa
que sangrava a economia de uma insipiente candidata a Nação.
O Brasil colônia vivia sob o arbítrio
de uma lei de exceção que transformara seus concidadãos em meros instrumentos
de trabalho semi-escravo que, sob o acoite da derrama, se exauriam para encher
as burras de El Rey de Portugal.
Segundo a redação oficial, insuflados
pelos ventos de liberdade que sopravam de alem mar, mais precisamente da França
sob a égide de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, os revoltosos se reuniam na
surdina para conspirar contra a tirania e o arbítrio, e para libertar o bolso
do povo do jugo português.
Há controvérsias sobre a nobreza e
dignidade deste movimento (sempre há controvérsias sobre a história oficial) e
os defensores da teoria da conspiração levantam outras hipóteses até para
discordar da historia oficial e vender mais livros.
Para muitos, Tiradentes não passava
de líder de um bando de caloteiros tentando se livrar de suas dividas, impostas
por contratos sociais leoninos e injustos, mas amparados pelas leis então em
vigor.
A bandeira de Tiradentes não buscava
um vôo tão alto como o de libertar o Brasil colônia de Portugal, mas livrar a
si próprio e a mais alguém da sangria em sua capacidade produtiva imposta pela
cobrança do “quinto”.
Se hoje um cidadão afogado em dividas
tentar se livrar delas liderando um bando, empenhado em negócios escusos, como
lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, remessa ilegal de dólares e outras
operações da mesma natureza com certeza não será enforcado e esquartejado,
talvez no máximo, pego de calças curtas numa destas espetaculares operações da
policia federal.
Mas o Brasil precisava e precisa de
heróis. E a diferença entre um herói e um vilão é determinada por que escreve a
história oficial. Se a exemplo dos países que fazem parte do Reino Unido ou
grande império Britânico, o Brasil fosse parte do território do Grande Império
Português qual seria o papel histórico de Tiradentes?
Tudo é relativo, já descobria
Einstein. Mas controvérsias a parte, ontem a Inconfidência Mineira, hoje a velha
política se reúne em conversas ao pé do ouvido, entre confidencias, segredos e
pães de queijo, e vão articulando as novas fórmulas de derrama que espoliam os
trabalhadores e mantém os privilégios de castas corrompidas e improdutivas, que
são capazes, vejam só, até mesmo de votar aumento dos próprios proventos. E o
fazem sem dó nem piedade.
Enquanto exaltam o Tiradentes
histórico e espalham medalhas da Inconfidência nestas massagens publicas de
egos inchados e empedernidos, mantêm o tacão de suas botas sobre os pescoços
dos novos Tiradentes, estas classes de trabalhares explorados e enganados, que
tem nos professores seus maiores e mais gritantes exemplos.
Apossaram-se dos ideais de liberdade
que supostamente moviam os Inconfidentes e aplicam diuturnamente a velha
derrama e o antigo cadafalso, Exatamente com fazia outrora El Rey de Portugal.
João Drummond
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