O
Partido dos Trabalhadores, desde a sua fundação até 2002, manteve seu
eleitorado restrito a algo em torno de 20% , que era insuficiente para levar
Lula à chefia do executivo nacional.
Ele foi o trigésimo quinto presidente da República Federativa do Brasil, cargo que exerceu de 1º
de janeiro de 2003 a 1º de janeiro de 2011.
Como co-fundador e presidente de honra do Partido dos Trabalhadores (PT), Lula precisou lidar por anos com
radicais que foram contra sua mudança de estratégia econômica após três derrotas
em eleições presidenciais.
Esta mudança se deu quando o partido se tornou
menos programático e mais pragmático, e a aliança com o PL de José Alencar
permitiu que o PT abocanhasse maior fatia do eleitorado viabilizando a sua
ascensão ao poder.
A partir daí o PT passou de ser um destino
atraente de qualquer político que aspirasse uma carreira meteórica e bem
sucedida.
O partido, antes de perfil ideológico, passou a
receber em seus quadros, políticos de outros partidos, muitos deles com visão
mercantilista e fisiológica.
Foi preciso a muitos destes, vencer o preconceito
que nutriam pelo PT para aderir a seus quadros, afinal com a quebra do
paradigma de sua ideologia original o partido se tornara promissor para uma boa
e saudável política estomacal.
Durante a fundação do partido estavam com Lula,
dentre outros os companheiros José Dirceu e José Genuíno, personagens, assim
como o próprio Lula, lendários e ícones da luta contra a ditadura e da ascensão
dos trabalhadores na política nacional.
A condenação recente de José Dirceu e José
Genuíno por corrupção ativa, ouriçou
os cabelos da nuca do PT. Sua política sempre tão solida e reconhecida, e que a
exemplo do Terceiro Reich, prometia durar mil anos passou a ser questionada.
A solução dos ideólogos do partido foi colocar em
campo seu time de articulistas e redatores para, num ataque em massa ao Supremo
tentar emplacar a tese da conspiração das elites conservadores contra o avanço
das políticas progressistas.
Vejam só que José Dirceu e José Genuíno foram
(quase) condenados (ainda pode haver mudança de votos) por corrupção ativa, e apesar de seu valor relevante para a política
nacional não são imunes às acusações desta natureza.
A imprensa a serviço do PT tentar mudar o foco da
discussão a qualquer custo, sugerindo dentre outros absurdos que a condenação destes
ex-dirigentes do PT, por corrupção ativa
se deu sem provas, que o Supremo gera insegurança jurídica no Brasil com este
processo, que estas condenações são um golpe nas políticas sociais.
Ora bolas, até os traficantes dos morros falavam
em justiça social enquanto corrompiam jovens e matavam seus adversários.
O argumento de que o Supremo fora menos rigoroso
com outros réus de crimes da mesma natureza, no passado recente, é outra perola
plantada por esta imprensa dirigida a serviço do partido, como se ser frouxo,
ingênuo ou formalista fosse sua natureza eterna. Talvez com isto contassem os
membros do bando do Mensalão, em sua desenvolta e descarada ação.
A verdade é que o combate a corrupção em nada tem
haver e em nada ameaça as políticas e a justiça social.
José Dirceu, José Genuíno e Delúbio Soares são
apenas três personagens desta história, já os petista são milhões. O problema é que o PT tenta transformar este
julgamento numa luta insana contra dragões do passado que já estão mortos e
enterrados.
Uma coisa é lutar contra a ditadura, outra é em
regime democrático, tentar transformar um simples caso de corrupção, punido
exemplarmente pelo Supremo, numa luta política e ideológica.
É aí que o PT se mostra arrogante e prepotente.
Afinal enfrentou e ganhou da ditadura. Como deixar um bando de velhos
caquéticos botarem o dedo acusatório na sua cara, sem reagir?
E creio que era exatamente isto o que pensavam
José Dirceu e José Genuíno quando se enveredaram com a cara e a coragem na
aventura mal sucedida do Mensalão
Talvez por isto tudo, e outras coisitas más o PT esteja se assentando
sem ser citado ou convidado no bando dos réus.
João Drummond
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