segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A Facada Mitológica e a Conspiração da Teoria



A Facada Mitológica e a Conspiração da Teoria

Um atento jornalista que se diz isento e apartidário cria um video, onde, entre outras coisas se diz preocupado com a falta de respostas das autoridades sobre a fatídica facada em Bolsonaro que, sem sombra de dúvidas, mudou os rumos das ultimas eleições.
Preocupação esta que todos compartilhamos, como também sobre outros eventos importantes que aconteceram no Brasil ao longo da história e que nos mantiveram a todos, sob uma nuvem negra de suspeitas, diante da falta de respostas plausíveis, e cito alguns: O acidente de Ulisses Guimarães a morte de Tancredo Neves, a morte de Celso Daniel, os acidentes que vitimaram Eduardo Campos e o ministro Teori Zavascki, o assassinato de Mariele Franco.
Onde faltam respostas sobram teorias. Mas no caso do video a que me referi o autor expressa esta preocupação que é coletiva em um inquérito mais recente e que ainda não terminou e muito menos foi arquivado.
Apesar de se dizer isento sua linha de raciocínio, apoiada em vídeos de baixa qualidade e editado, revela de imediato a sua orientação ideológica.
Quando vemos eventos gravados em video (em movimento) a dinâmica é uma, mas quando selecionamos e congelamos cenas é possível em função de expressões de frações de segundo, se fazer leituras diversas dos eventos a partir destas cenas escolhidas e congeladas.
No video o autor se lança em conjecturas e suposições baseado em imagens de baixa qualidade, levando o espectador desatento e já interessado em uma reposta determinada, a se convencer ainda mais daquilo que o interessa.
Algumas destas suposições que o autor nos sugere não podem ser vistas no video, ou pelos menos tão claramente, por questões obvias e teríamos que conceder ao ele (autor da obra) uma qualificação maior de ter visto este algo que ele sugere, talvez por contar consigo com melhores imagens e equipamentos de maior qualidade.
Um exemplo claro desta tendência que move o autor é ter transformado sinais de OK que Bolsonaro fazia para a multidão, em aquiescência para a operação conspiratória em andamento, que ele mesmo orquestrava. Outra é ter interpretado um sinal de desconforto que ele demonstrou enquanto seguia montado no lombo de um apoiador, como sinal de antecipação da dor que ele iria sentir, com uma facada iminente.
Isto nos leva a uma pergunta crucial: Bolsonaro levou ou não uma facada? Sim porque entre estas teorias conspiratórias, muitas defendem que ele nem sequer levou uma facada.
Se levou, salta à vista a questão: Que cidadão candidato à presidência, casado, com mulher e filhos se submeteria a uma facada aleatória com objetivos obscuros, sem ter a certeza que não seria atingido em órgão ou artéria não vital a ponto de sobreviver para garantir seu intento? Ou seria possível, naquelas circunstancia se controlar até mesmo o ponto exato de entrada da lamina sem comprometimento da vida e do projeto político do candidato?
O que vemos no video original são falhas graves de segurança, já que Bolsonaro não esperava até então ser vítima de um atentado.
O raciocínio levado a termo pelo autor poderia muito bem seguir em outra direção, qual seja que a conspiração seria na verdade, obra de opositores do candidato do PSL, já que as únicas pistas oferecidas de seu conhecimento e aquiescência são os seus Oks para a multidão e a expressão de desconforto quando, talvez o seu saco tivesse sido comprimido contra o ombro do brutamontes que o carregava.
Se Bolsonaro não levou, mas simulou a facada a coisa piora muito em qualidade como teoria conspiratória, já que isto envolveria uma multidão de pessoas que participariam, como figurantes de uma trama dantesca.
Apoiadores, seguranças, policiais, imprensa, enfermeiros, paramédicos, médicos, diretores de dois hospitais conceituados, teriam sido atraídos em reunião concorrida para representar um papel em uma grande tragicomédia. Quem acredita nisto se encaixa em três perfis, doutrinado, louco ou desonesto. Qual é o seu?
E o Adélio? Claramente militante de esquerda, tido por muitos como maluco, por outros um convicto partidário de uma ideologia e lobo solitário, e por outros mais o agente executor de uma trama maior, como teria sido levado a participar de uma encenação que levaria o candidato que ele odiava à presidência, e se manteria depois frio e seguro diante de depoimentos às autoridades?
É claro que precisamos de repostas a muitas questões sombrias e estranhas, mas creio que isto só será possível depois do desaparelhamento ideológico que tomou conta de setores estratégicos e importante do Estado Brasileiro nos últimos 13 ou 14 anos.

João Drummond












  



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