A
corrupção é da índole humana. Sempre existiu e continuara existindo. Nós
crescemos ouvindo falar em comissões pagas aos políticos majoritários, em obras
contratadas com dinheiro público, junto às empreiteiras.
Era
tão banal que parecia legal. Tinha até um político em Minas que era conhecido
por “quinzinho”. Esta era uma pratica comum e corriqueira: o político conseguia
uma obra para seu município, promovia seu nome com o dinheiro do contribuinte e
pegava uma gorda comissão com a empreiteira que tocaria a obra. O plano
perfeito.
A empreiteira que não
aceitasse pagar a propina nem participaria da licitação. O crime de corrupção está prevista na
constituição para qualquer um ver.
Ninguém pode alegar que não
sabia. Acontece que algumas leis no Brasil são para valer e outras nem tanto. Com
a morosidade da justiça e a falta de vontade e empenho de procuradores e juízes
a coisa correu solta e este tipo de crime fez escola.
Ninguém
estava se lixando para o que dizia a constituição, afinal todo mundo pagava e
recebia propina. Para a empreiteira era um grande negócio: ganhava a obra,
pagava a comissão e depois se anexavam adendos alterando o preço.
Na
visão dos políticos quem pagava a propina era a empreiteira e não o erário, e
isto era considerado valor relativo à sua competência ou tirocínio negocial.
O
que mudou então para que esta prática começasse a ser tratada pela lei como
reza a constituição?
A
justiça mudou, foi renovada e ganhou fôlego com a chegada de novos juízes e
procuradores. A isto veio se somar o aumento da autonomia do ministério público
federal e da policia federal.
Outra
questão pode ainda ser considerada. Há quem acuse do MPF e a PF de atuarem sem
isenção, aplicando a lei de forma seletiva, e por interesse partidário.
Sendo
isto verdadeiro é uma forma viciada de se aplicar a lei. A lei deve ser
igual para todos. Se por um lado parte a maquina judiciária pode estar à
serviço de um partido, todo o aparato executivo está nas mãos de outro partido
que por sinal tem se valido dele de forma abusiva.
Dilma
ganhou as ultimas eleições conforme a lei, mas o eleitor não lhe entregou um
cheque em branco, e uma vez se sentindo enganado por falsas promessas de
campanha, revoga informalmente seu voto na forma de rejeição detectada pelos
institutos de pesquisa.
Apregoar números positivos dos governos petistas como compensação à corrupção é endossar a politica do "rouba mas faz". Uma hora a gangorra faz o caminho de volta e todas as conquistas sociais vão por terra.
Não
menos por isto que a tese do Impeachment vem sendo considerada como uma
possibilidade cada vez mais factível.
O
Impeachment não pode ser considerado um golpe uma vez que está previsto na
constituição.
Considerando
estes dois poderes (executivo e judiciário) influenciados pela política
partidária, o poder legislativo se torna o fiel desta balança, nesta queda de
braço.
O
congresso nacional é a arena onde os partidos se digladiam por espaço e poder e
onde os interesses autofágicos falam mais alto. De lá pode vir o aval para a solução
de um possível impasse político.
O
problema é que qualquer que seja a solução o Brasil estará muito mal servidos
com aqueles que têm por missão governá-lo. Ou seja: é o fogo ou a frigideira.
João
Drummond