sábado, 27 de outubro de 2018

Eu voto, você vota, nós votamos. Isto é democracia!!!



Acompanhamos esta campanha eleitoral esganiçada, agressiva, recheada de verdades, meias verdades e fakes News, transitando num largo espectro entre as mais angustiantes duvidas e as maiores das certezas.
Enfim o grande momento da definição se aproxima e temos que nos decidir.
Sou cidadão brasileiro, eleitor apto e, portanto, com capacidade própria de decidir meu voto, com toda consciência e convicção, após este período grotesco de campanha. Significa que não preciso de conselhos e da tutela de mais ninguém, a não ser da minha consciência e do meu dedo indicador.
Poderia ser arrogante e dizer que o voto é meu, o título é meu, a consciência é minha e o dedo votante é meu, mas, prefiro dividir com a quem mais possa se interessar, os parâmetros que nortearam minha decisão.
Meu candidato inicial seria Alvaro Dias, mas sua campanha não prosperou dentro da dinâmica de dualidade e polarização que este pleito se desenvolveu.
Ficaram então Haddad e Bolsonaro – Bolsonaro e Haddad, restando ainda a possiblidade de votarmos em branco rechaçando as duas candidaturas.
Haddad candidato retirado da cartola arrogante e prepotente de Lula na undécima hora, quando ficou claro que ele não conseguiria driblar os tramites da lei.
De outro lado do ringue, Bolsonaro, um candidato pouco conhecido e obscuro que teve, por ironia do destino, sua campanha encorpada por um fato dramático, que por pouco não lhe tira a vida.
Haddad não assumiu de pronto a titularidade de sua candidatura, tendo que se reportar ao seu mentor em Curitiba. Atitude esta que se mostrou fatal em suas pretensões eleitorais, já que cedeu aos seus opositores a oportunidade de taxá-lo de poste ou teleguiado.
Qual seja, sem autonomia própria que se espera de um estadista. Este erro foi parcialmente corrigido, depois da acachapante derrota do primeiro turno.
Os opositores de Bolsonaro dizem que ele foi deputado por 27 anos e nada fez. O candidato respondeu que neste tempo “não roubou”. Vejam só que a ponto chegamos na política brasileira: o candidato que nada fez e não roubou, ter isto como atributo, contra a onda de roubos e atos de corrupção, que seu tornaram, não uma exceção, mas a regra.
Nestes 27 anos, muito remotamente ouvimos falar em Bolsonaro. Estranhamente neste período os seus opositores não tiveram o empenho patriótico e democrata de mostrar como ele seria uma ameaça à democracia.
Podemos até mesmos encontrar elogios a sua figura.
Realmente ele disse muitas asneiras, absurdos, frases chocantes, como aliás é praxe entre os políticos brasileiros. É só pinçar em vídeos na internet.
As leis brasileiras dão aos políticos imunidade total no que se refere a fala. Ou seja, não há como condenar nenhum político em última instancia pelo que ele falou no exercício da sua profissão.
Procurei arduamente, sobre condenações de Bolsonaro em crimes não vedados, como assassinato, roubo, corrupção e nada.
Mas, convenientemente e oportunamente, Bolsonaro foi transformado em um bicho de sete cabeças, um monstro, justamente quando se tornou uma ameaça as pretensões hegemônicas do PT.
Por que cargas d’aguas os deputados que conviviam com ele no Rio de Janeiro, não nos alertaram antes sobre estas ameaças?
Porque se calaram e não viram em sua atuação parlamentar algo que expressasse este perigo inominável à República, nestes 27 anos em que parte do eleitorado carioca lhe devolvia seguidamente o mandato?
Porque só agora virou esta ameaça?
Não concordo com muita coisa que ele defende e nem visto sua camisa, mas vou votar nele, apesar do terrorismo petista, justamente por que acho que ele é a ferramenta necessária e apta para derrotar o establishment.
Porque entregar ao PT de novo o comando da Nação, onde já está aboletado por mais de uma década?
Que papo é este de que votar no Haddad é votar na humanidade e na democracia, que eles tão bem enxovalharam nestes últimos anos no poder?
Quem quiser ver a humanidade desta política é só chegar nas filas dos desempregados, nas portas dos hospitais, nas fileiras do sem teto e sem-terra, nas vítimas da violência desenfreada.
Não é da democracia a alternância? Não da democracia a vontade da maioria? Não é da democracia o voto pessoal e secreto?
Então eu voto em Bolsonaro com toda a certeza de estar cumprindo o meu direito e dever de cidadão, e quem pensar diferente vai ter todo o meu respeito desde que se respeite e respeito o voto alheio.
No domingo, 28/10 quem ganhar como votos da maioria, sem fraudes nas urnas, assume a presidência e quem perder assume seu papel na oposição.
No mais “seja o que Deus quiser”.

João Drummond


sábado, 13 de outubro de 2018

Haddad Mudou...



Após o fim do primeiro turno a campanha de Fernando Haddad mudou radicalmente, deu um cavalo de pau, deu uma guinada reversa, partiu para o tudo ou nada.
"Perdido por um perdido por mil”. Mudou as cores da campanha, tirou da página do Partido apoio a Maduro, se afastou do ex-presidente Lula, mudou estratégias, táticas, frases, pensamentos. A mudança foi tão radical que denota desespero. "Afinal, depois de uma derrota humilhante, acachapante, como mudar os rumos da campanha em tempo tão restrito?" Teriam se perguntado seus marqueteiros.
A rigor, a esta altura, é a única coisa a se fazer. Se trata de uma manobra arriscada, porque admite de pronto que a espinha dorsal da campanha errou. Errou, muito, errou em tudo. Nada deu certo para Haddad, daí a se justificar a mudança de rumos.
O problema é que a emenda pode ter ficado pior do que o soneto. A conta do Haddad não fecha nunca. Conquistar os votos de eleitores de outros candidatos, dos que votaram em branco e nulo e ainda tirar votos dos que votaram em Bolsonaro, se converteu em mais um sonho louco da esquizofrenia e do autismo petista, e só encontrou eco entre a massa ideologicamente já convencida e doutrinada.
Aí perguntamos: Qual o sentido de se convencer pessoas que já estavam convencidas? Depois de anos tripudiando da bandeira verde amarela, dos valores cristãos, da familia e do ensino tradicional, do modelo de segurança pública que realmente contenha e desestimule o crime, a mudança de discurso soou muito falsa. Um exemplo disto é a imagem de Haddad e sua vice participando de um ato ecumênico e comungando.
 Uma atitude cínica e hipócrita para conquistar os votos que foram jogados de graça nas mãos do adversário.
E olha que o adversário cedeu de mão beijada muita munição. Racista, misógino, preconceituoso, violento. A campanha se tornou de propositura negativa, e em nenhum momento vimos Haddad se desculpar pelos crimes de corrupção que ele e outros membros do partido, (inclusive Lula), estão sendo acusados.
A pessoas passaram a se perguntar: Quando é que crimes de corrupção se tornaram menores que crimes de opinião, e como é que o lado que acusa a violência foi o que deu a primeira facada?
Muitas pessoas, inclusive abalizados analistas políticos creem que esta campanha já está resolvida, muito mais pelos erros da campanha da esquerda, do que propriamente, pelos acertos da campanha de Bolsonaro.
Só um fato novo muito grave poderia mudar os rumos da atual eleição, mas enfim vamos ter que esperar mais alguns dias. Afinal com dizem as velhas raposas políticas: Eleição e mineração, só depois da apuração.



sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Se Bolsonaro ganhar estas eleições... Terá sido com apoio decisivo da esquerda.


Quando começou a recente campanha eleitoral Bolsonaro era mais um candidato dentre tantos e com chances menores que a maioria deles.
Algumas coisas aconteceram durante o processo que podem ser atribuídas ao imponderável e imprevisível.
Com partido pequeno, poucos recursos financeiros, pouco tempo na TV, e um discurso frágil e polemico, Bolsonaro, segundo prognósticos de entendidos, seria desidratado pela sua própria atuação, considerada medíocre até então. Pensavam que ao ser exposto, principalmente em debates, teria suas chances reduzidas naturalmente.
Um primeiro fato fora da curva começou a mudar esta realidade. Um aloprado? Um louco? Um lobo solitário, um agente executor de uma conspiração? Não dá para afirmar com certeza o que representa Adélio Bispo.
O esfaqueador de Bolsonaro saiu do anonimato com uma ação, que se tivesse atingido seu intento teria tirado do páreo o representante mais obvio das direitas.
O plano não funcionou como seu executor planejara, por questão de milímetros e minutos.
Logo a seguir Bolsonaro subiu na intenção de votos ao ser transformado na única vítima da violência desta campanha até então.
Logo seus opositores trataram de defender a narrativa de que o capitão fora vítima de seu próprio discurso de ódio. Se esta narrativa encontrou eco na esquerda não funcionou para o cidadão que corre alheio a processo político e ideológico.
Enquanto Bolsonaro crescia ao se tornar foco de discursões na mídia e nas redes sociais, o PT via uma demora em Lula (líder predominante e ungido), em designar o representante do partido nas eleições majoritárias.
E quando isto aconteceu, com o fracasso dos advogados de Lula de conseguir sua participação nas eleições, Haddad apareceu como candidato teleguiado, sem estrela e brilho próprio.
Este foi um segundo grande erro da campanha da esquerda.
Mesmo assim o candidato indicado por Lula cresceu rápido e parecia que ia vingar.
O movimento #EleNão apareceu com uma pauta viável e parecia que seria um fator de peso mais contra Bolsonaro do que a favor de Haddad, só que em termos de resultados se provou ser um grande fiasco de marketing negativo. Não conseguiu abalar a campanha de Bolsonaro e não favoreceu a campanha de Haddad, e a razão é que ao ser apossado por partidos de esquerda, teve sua intenção inicial desvirtuada provocando efeitos contrários ao pretendido, já que motivou movimento opositor e mais substancioso.
A campanha de Bolsonaro passou a contar com mais apoio entre o eleitorado feminino, que viu no #Elenão uma campanha hipócrita e dissimulada a favor do candidato teleguiado por Lula.
Este foi o terceiro grande erro da campanha da esquerda. A partir daí, com as redes sociais efervescendo, Bolsonaro passou a agregar mais eleitores que entenderam que os pontos negativos atribuídos a ele eram menores que estavam sendo atrelados ao candidato de Lula, (corrupção, educação sexual de crianças nas escolas, o retorno da velha política que comandou estes País nos últimos 13 anos com a consequente derrota da Lava jato, dentre outras pautas).
Estamos na reta final das eleições e qualquer resultado pode ser esperado. Seja qual for o resultado Bolsonaro poderá se tornar, ou presidente do Brasil ou o maior líder da oposição no caso de vitória de Haddad.
E isto poderá ser atribuído mais a atuação desastrada da esquerda do que propriamente pelas qualidades de liderança de Bolsonaro. Sua dimensão política e seu papel histórico terão então sido superdimensionado.
Se ele vai estar à altura destes desafios só o tempo dirá.

João Drummond

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