sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Se Bolsonaro ganhar estas eleições... Terá sido com apoio decisivo da esquerda.


Quando começou a recente campanha eleitoral Bolsonaro era mais um candidato dentre tantos e com chances menores que a maioria deles.
Algumas coisas aconteceram durante o processo que podem ser atribuídas ao imponderável e imprevisível.
Com partido pequeno, poucos recursos financeiros, pouco tempo na TV, e um discurso frágil e polemico, Bolsonaro, segundo prognósticos de entendidos, seria desidratado pela sua própria atuação, considerada medíocre até então. Pensavam que ao ser exposto, principalmente em debates, teria suas chances reduzidas naturalmente.
Um primeiro fato fora da curva começou a mudar esta realidade. Um aloprado? Um louco? Um lobo solitário, um agente executor de uma conspiração? Não dá para afirmar com certeza o que representa Adélio Bispo.
O esfaqueador de Bolsonaro saiu do anonimato com uma ação, que se tivesse atingido seu intento teria tirado do páreo o representante mais obvio das direitas.
O plano não funcionou como seu executor planejara, por questão de milímetros e minutos.
Logo a seguir Bolsonaro subiu na intenção de votos ao ser transformado na única vítima da violência desta campanha até então.
Logo seus opositores trataram de defender a narrativa de que o capitão fora vítima de seu próprio discurso de ódio. Se esta narrativa encontrou eco na esquerda não funcionou para o cidadão que corre alheio a processo político e ideológico.
Enquanto Bolsonaro crescia ao se tornar foco de discursões na mídia e nas redes sociais, o PT via uma demora em Lula (líder predominante e ungido), em designar o representante do partido nas eleições majoritárias.
E quando isto aconteceu, com o fracasso dos advogados de Lula de conseguir sua participação nas eleições, Haddad apareceu como candidato teleguiado, sem estrela e brilho próprio.
Este foi um segundo grande erro da campanha da esquerda.
Mesmo assim o candidato indicado por Lula cresceu rápido e parecia que ia vingar.
O movimento #EleNão apareceu com uma pauta viável e parecia que seria um fator de peso mais contra Bolsonaro do que a favor de Haddad, só que em termos de resultados se provou ser um grande fiasco de marketing negativo. Não conseguiu abalar a campanha de Bolsonaro e não favoreceu a campanha de Haddad, e a razão é que ao ser apossado por partidos de esquerda, teve sua intenção inicial desvirtuada provocando efeitos contrários ao pretendido, já que motivou movimento opositor e mais substancioso.
A campanha de Bolsonaro passou a contar com mais apoio entre o eleitorado feminino, que viu no #Elenão uma campanha hipócrita e dissimulada a favor do candidato teleguiado por Lula.
Este foi o terceiro grande erro da campanha da esquerda. A partir daí, com as redes sociais efervescendo, Bolsonaro passou a agregar mais eleitores que entenderam que os pontos negativos atribuídos a ele eram menores que estavam sendo atrelados ao candidato de Lula, (corrupção, educação sexual de crianças nas escolas, o retorno da velha política que comandou estes País nos últimos 13 anos com a consequente derrota da Lava jato, dentre outras pautas).
Estamos na reta final das eleições e qualquer resultado pode ser esperado. Seja qual for o resultado Bolsonaro poderá se tornar, ou presidente do Brasil ou o maior líder da oposição no caso de vitória de Haddad.
E isto poderá ser atribuído mais a atuação desastrada da esquerda do que propriamente pelas qualidades de liderança de Bolsonaro. Sua dimensão política e seu papel histórico terão então sido superdimensionado.
Se ele vai estar à altura destes desafios só o tempo dirá.

João Drummond

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