sábado, 5 de julho de 2014

O Futebol e a Política (Copa 2014)

O futebol é o esporte mundialmente mais identificado com as massas, ou seja, é o esporte mais popular do mundo. As paixões que ele movimenta só podem ser comparadas aos interesses financeiros que o movem.
Multidões de torcedores se identificam com o time do seu coração e por ele fazem loucuras. Estas paixões exacerbadas são o terreno fértil para que investidores, empresas, bancos e governos direcionem vultosas quantias, para negócios ligados a ele.
É um negocio altamente lucrativo, de pouco risco que abre enormes probabilidades de ganho fácil e de rápido retorno, se comparado ao outros campos da economia.
Para muitos críticos, o futebol é alienante e prejudicial à economia de um país porque, na sua sombra as maracutaias prosperam e a corrupção recrudesce, sugando recursos que poderiam ser direcionados para as demandas mais importantes da população.
Estes mesmos críticos se posicionaram radicalmente contra a organização da copa do mundo no Brasil, indignados ao verem suas justas reivindicações negadas, enquanto toneladas de dólares estavam sendo direcionadas para o evento da FIFA.
Antes da copa eram muitas as especulações por parte da imprensa nacional e internacional sobre o seu iminente fracasso, expectativas que não foram confirmadas na pratica. Esta torcida pelo fracasso da copa foi abraçada por setores da sociedade, e se estende para um possível fracasso da seleção brasileira, para que o país (sic) sofra um choque de realidade. Isto é apostar no retardamento mental do cidadão. A grande maioria da população torce para mais uma conquista do Brasil, mesmo nos menos favorecidos rincões.
Como que num passe de mágicas todas as engrenagens do evento, que pareciam entrar em colapso, se ajustaram para tornar a Copa do Mundo no Brasil em mais um mega evento bem sucedido.
As alarmistas e os profetas do apocalipse ficaram no prejuízo, uma vez que suas teses catastróficas não se confirmaram.
Os estádios estão funcionando sempre lotados com seus problemas de sempre, os aeroportos estão dando vazão dentro de certa normalidade às demandas dos usuários, as obras de infra-estrutura não vieram abaixo e deram conta razoavelmente do recado, as manifestações ficaram restritas em pontos que não prejudicavam o transito dos torcedores.
E porque isto tudo aconteceu? Porque o futebol a exemplo do carnaval é um elemento da identidade de um povo. A sociedade brasileira disse a ultima palavra e abraçou o evento como seu, e como no carnaval resolveu jogar para o pós copa o debate nacional sobre seus benéficos e conseqüências.
Um povo que, no carnaval, cai na folia com se não houvesse amanhã e vai curar sua ressaca na quarta feira de cinzas, não perderia a oportunidade de viver e se aproveitar esta mágica energia, que tornou o Brasil, por pouco mais de um mês na capital esportiva do mundo.
Este povo que abraça e toca o que esta sendo considerado o milagre brasileiro, não precisa de tutores de consciência que lhes digam o que é bom ou o que é mau, e sabe que cada coisa tem seu tempo.
Há um tempo para trabalhar, um tempo para votar, um tempo para reivindicar, um tempo para o carnaval e um tempo para o futebol. Na vida há um tempo para tudo, e este mesmo povo que faz a copa e o carnaval acontecer saberá responder no momento certo aos desmandos das classes políticas dirigentes.
E para estes, a resposta dos eleitores poderá não ser tão favorável quanto a resposta que os brasileiros deram a Copa do Mundo da FIFA versão 2014 Brasil.


João Drummond


Um comentário:

Botões de Rosas - Livro Um

Botões de Rosas - Livro um Baixar de graça formato PDF