domingo, 26 de julho de 2015

O Debate Político e as Alternativas para o Futuro

Porque o debate político vem se acirrando e se radicalizando nos últimos meses? Creio que uma das razões seria a insatisfação da sociedade brasileira com a condução de nossa política econômica.
Há quem defenda que a parte mais sensível do ser humano é o bolso. Se o cidadão não sentisse na pele os efeitos da crise, (que na verdade é em boa parcela mundial), não haveria campo de cultura para a radicalização deste debate.
Acontece que este debate só se torna produtivo no centro do espectro ideológico, onde as alternativas mais viáveis podem ser apresentadas de forma a responder as pautas democráticas.
O que interessa hoje ao cidadão comum? Continuar a trabalhar e usufruir da conquistas sociais e econômicas que o lançaram no maravilhoso mundo do mercado de consumo.  Isto significa pagar suas contas e continuar a ter acesso à segurança, saúde, educação, moradia, e tudo o mais que ele puder conseguir pelo trabalho direto e pelo retorno dos seus impostos.
O PT, que tem sido a grande novidade na política brasileira nas ultimas décadas, com suas políticas sociais, seu discurso ético, suas opções pelos menos favorecidos, mostra sinais de não consegue mais atender as expectativas da sociedade brasileira, principalmente no que se refere às políticas econômicas, (com reflexos diretos nas outras políticas).
O partido inchou e assimilou outras correntes partidárias, em nome da governabilidade. Muitas destas correntes se associaram ao PT por adesismo e conveniência e estão prontas a deixar o barco se ele começar (como já acontece) a fazer água.
A crise é passageira? Sim, como tudo o mais na vida. O grande problema é que não temos uma alternativa clara ao PT na política brasileira. O PSDB, o PMDB e outros partidos já estiveram como se diz popularmente “por cima” e não teriam hoje ferramentas adequadas para lidar com a crise.
A principal ferramenta seria a confiança do cidadão e eleitor na sua capacidade de gerenciamento da nossa economia.
Muito maior do que a crise econômica é a crise de confiança contra as classes dirigentes e as instituições públicas.
Observa-se neste quadro, de forma polarizada, o acirramento e radicalização do debate político refletidos em palavras de ordens e clichê que nada dizem e nada resolvem. Direita raivosa, esquerda burra, mídia conservadora, mídia reacionária, coxinhas, etc. são adjetivos que por si só trazem todo um arcabouço de idéias pré-concebidas que liquidam a inteligência de um debate.
O debate possível e produtivo só pode acontecer no centro da mesa do espectro ideológico. Podemos não concordar com as pessoas e suas idéias, mas temos que entender que elas também têm, assim como nós, o direito ao espaço numa democracia em construção como a nossa. Não dá para transformar o Brasil numa faixa de Gaza e querer que a coisa funcione a contento.
Nunca funcionou lá e nunca vai funcionar em lugar nenhum do mundo. O que seria de uma democracia se a “direita raivosa” ou a “esquerda burra” fizesse prevalecer suas convicções.
O que o Brasil mais precisa neste momento são de homens e mulheres de bom senso, que possam debater com maturidade nossos problemas e ajudar na construção de um grande pacto nacional, (político e social), que amenize a crise presente e que crie melhores perspectivas para o futuro.


                                                           João Drummond


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