terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Viajando Num Raio de Luz






Einstein se imaginou viajando num raio de luz e viu coisas da realidade deste mundo que estão vedadas ao mortal comum.
Tentei fazer o mesmo exercício, mas não é tarefa fácil, mesmo em estado de meditação.
Você se imagina reduzido a um fóton, monta num raio de luz e sai rebatendo cabeça numa massa disforme de energias dinâmicas e multicoloridas em constante movimento e mutação.
Não dá pra ver nada que se identifique com este mundo terra a terra a que estamos habituados com suas rotinas e mesmices.
O resultado foi melhor quando me imaginei montado num raio laser projetado para o espaço, mas mesmo assim a sensação de tedio é dominante, já que se levam anos e anos luz, numa viagem em que o cenário pouco muda.
Achei melhor confiar nos velho Einstein e nas teorias que ele nos legou advindas destas viagens astrais porque afinal seu cérebro privilegiado, podia ver coisas mesmo viajando na velocidade da luz, que cérebros medianos nem podem sonhar, muito menos conceber.
Ele disse, traduzindo para a linguagem banal que nada é o que parece e todo o universo é uma estrutura que se move e se modifica o tempo todo. Constatou que o que nós chamamos de realidade é algo só nosso já que ela depende do ponto de vista do observador. Ou seja, este mundo de Einstein é um mundo de múltiplas e infinitas possibilidades e cada qual de nós tem a sua realidade exclusiva.
Este mundo é despojado de todas as certezas e o absolutismo cedeu lugar ao relativismo onde cada realidade é forjada num piscar de olhos baseada em diretrizes e parâmetros intrínsecos e extrínsecos combinados.
A física tradicional perdeu status para a física quântica quando nossos pensamentos passaram a criar a realidade e não mais observá-la e descrevê-la.
No que se refere às opiniões, a lei da relatividade prevalece. Cada um de nós detém as suas exclusivas, baseadas em valores que assimilamos ao longo do nosso aprendizado, como gafanhotos que somos neste Templo chamado Terra.
Observamos, no entanto, que o império da física tradicional, absolutista, ditatorial, ainda prevalece entre pessoas bem informadas que se travestem com pensamento progressista ou conservador, quando afirmam com absoluta certeza suas teses como únicas e ungidas, e quem mais pense diferente é desonesto, hipócrita, idiota e outros adjetivos mais contundentes.
Resolvi enquanto escrevia este texto que vou continuar buscando, nesta viagem entre as estrelas, montado em um raio de luz, o equilíbrio e a inspiração necessários para prosseguir nesta busca sem de fim de respostas, que além da dura realidade, além da física dura e imutável, me permitam continuar a sonhar, a sonhar e a sonhar.


João Drummond









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