sábado, 6 de abril de 2013

Coréia do Norte – O Rato que Ruge



“Um pequeno país em grave crise financeira declara guerra aos Estados Unidos. Como perderão a guerra, seus governantes receberão ajuda para se reerguer e, assim, seus problemas econômicos terminarão. Desta forma 20 homens armados de arco e flecha pegam uma barcaça, atravessam o oceano, chegam à América e tudo corre bem. Mas um problema acontece: eles ganham a guerra”.
A Coréia do Norte protagoniza uma nova versão desta comedia de 1959, que tinha entre seus principais personagens o ator Peter Sellers. Especula-se fartamente na mídia internacional quais seriam as intenções reais do regime de Pyongyang com esta retórica que mais se aproxima de bravatas gratuitas do que de ameaças pra valer.
A valentia ufanista do jovem líder norte-coreano Kim Jong-um e de seus generais corre o mundo na forma de ironias e sarcasmos, une gregos e troianos contra si, e o coloca no topo da lista como o Estado mais esquizofrênico do globo.
Não que a Coréia do Norte não possa promover algum estrago no perímetro de alcance de seus parcos e rudimentares mísseis. A pergunta que não quer calar é o que aconteceria com ela após seu primeiro tiro de pistola.
País de economia frágil, dependente da benevolência e da caridade de outras economias mais robustas, que hoje se mostram incomodadas com sua valentia falastrona e criticam de maneira cada vez mais enfática seu destempero verbal.
Até para os críticos da política externa americana, a Coréia do Norte tem ultrapassado todos os limites que dizem respeito à comunicação socialmente aceitável e ao convívio suportável entre as nações. Mesmo que tenhamos, por caridade que dar um desconto a sua paranóia, há limites para o jogo de palavras, e um preço a se pagar por elas, ainda que não redundem em ações praticas.
Ameaças contra as pessoas é crime, o que se dirá de ameaças contra países. Algumas pessoas dirão que os exercícios militares conjuntos dos EUA e da Coréia do Sul, também configuram ameaças claras ao regime de Pyongyang, merecedoras de repostas a altura, ainda que estas manobras respeitem os limites territoriais estabelecidos por leis internacionais.
Persiste, no entanto a questão: o que a Coréia do Norte pretende afinal, como objetivo pratico de sua retórica agressiva? Acuar os Estados Unidos e seus aliados não é plausível, já que seu arsenal e seus recursos logísticos não a habilitariam para uma campanha de médio e longo prazo.
A resposta poderia estar na visão míope e esquizofrênica do regime de Pyongyang, e numa avaliação equivocada dos benefícios que poderiam advir para sua economia, como possíveis vitimas de uma guerra sem eira nem beira contra os EUA, a Coréia do Sul e Japão. As mesmas razões que levaram nossos vizinhos argentinos para a campanha contra a Inglaterra pela conquista das Malvinas, e que levaram, com no filme, mencionado acima, o rato a rugir, rugir até, quem sabe, ser devorado pelo leão, ou pela águia, (já que diferente da ficção, ganhar esta guerra é impossível).
Existe também a possibilidade que o estudo da psicologia nos trás a respeito da esquizofrenia. Esta pode sem duvidas dotar as pessoas e os países de super poderes, até que sejam para sua própria proteção e de terceiros, contidos em sua loucura pelas leis ou pela força das armas. A que preço a Coréia do Norte poderá ser contida, é uma grande preocupação para a comunidade internacional.


                                                       João Drummond   

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