BATTISTI x HAIA: GRANDE IMPRENSA JÁ EXPÕE BLEFE ITALIANO
Desatento, não percebi que O Estado de S. Paulo publicou na 5ª feira passada (15) uma notícia muito esclarecedora sobre a buffonata berlusconiana de fingir, para efeito doméstico, que a decisão soberana do Brasil no Caso Battisti poderá ser revertida em Haia.
Carlos Lungarzo já em janeiro esclarecia, de forma irrefutável, que isto é impossível. E eu, reconhecendo-lhe a expertise no assunto, endossei sua análise desde o primeiro momento.
Mais uma vez, ambos colocamo-nos anos-luz à frente da grande imprensa brasileira, que só agora chega onde estamos há oito meses: "Não há nada que obrigue o Brasil a acatar qualquer decisão de Haia". Ou seja, tudo não passa de jogo de cena de maus perdedores.
Este texto foi extraído do blog
NÁUFRAGO DA UTOPIA
Um blogue que defende a justiça social, a liberdade, os direitos humanos e o exercício do pensamento crítico: o jornalista e escritor Celso Lungaretti comenta os acontecimentos diários.
Vamos ao que interessa:
Achei este texto, de uma arrogância e prepotência abaixo de qualquer critica.
A primeira pérola foi achar que uma vontade expressa do Estado Italiano, de aplicar justiça em um seu concidadão acusado de vários assassinatos em terras italianas, é um blefe, e que a do Brasil de lhe conceder asilo político uma decisão soberana.
No mínimo, para ser isento, seria de bom tom considerar as duas decisões soberanas, ou quem sabe dois blefes.
A segunda á se adiantar a decisão de um tribunal internacional ao acolher denuncia de um seu signatário (Itália) por quebra de contrato de outro signatário (Brasil).
Quem tem que resolver com quem está a razão é exatamente a Corte de Haia, guardiã dos acordos internacionais que ali foram selados por governos soberanos e não por lideres bufões e ufanistas.
Dizer que não há nada a obrigar o Brasil a acatar qualquer decisão de Haia, equivale a transformar acordos internacionais em papel higiênico, e acho que precisaríamos de um plebiscito para saber se o povo brasileiro e não meia dúzia de aloprados temporariamente no poder assinam e endossam esta decisão.
A mais impressionante prova de insanidade é dizerem-se anos-luz da imprensa brasileira, apenas por que expressam opiniões diferentes das suas.
A decisão de manter Battisti em solo brasileiro se deu em foro muito restrito (leia-se Tarso Genro/Lula), e o Supremo apenas considerou que a decisão presidencial (equivocada ou não) deveria ser respeitada.
Nunca se entrou no mérito da questão central, quanto à possível autoria dos crimes, de que Battisti é acusado, mesmo porque todas as provas e documentos estão de posse da justiça italiana.
E considerar maus perdedores aqueles que, (com razão ou não) buscam o consolo legal por crimes de morte, mostra bem a natureza de quem estar a zombar sobre os túmulos das vitimas de Battisti, sob a sombra da bandeira Brasileira, (Ou elas são também blefe do governo italiano?)
Mais ainda se consideramos que este jogo está apenas começando, e que Haia não poderá deixar de ouvir o que a Itália tem a dizer, mesmo que seja para depois aplicar ou negar uma condenação moral,
E ainda que Battisti aqui permaneça (até que mude o governo e seu direcionamento político), o preço a pagar pelo Brasil no caso de condenação, (mesmo que só moral), poderá ser muito alto e nenhuma atitude buffonata e ufanista poderá mudar isto.
João Drummond
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