quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Não Existem Mais Partidos de Direita Nem de Esquerda (Mas Toda Corrupção tem que ser combatida)


O espetro partidário já foi mais bem definido no passado. Ainda no tempo de triste memória da ditadura tínhamos de um lado a ARENA, partido da situação, e de outro MDB a oposição confiável e permitida pelos coronéis e marechais.
O Brasil teve um período bipartidarista durante 12 anos, entre 1966 e 1979, quando havia apenas a Aliança Renovadora Nacional(ARENA) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Oficialmente, o Ato Institucional Número Dois (AI-2), decretado em 1965, permitia a fundação de outros partidos políticos, mas criava pré-requisitos (como a exigência de 20 senadores e 120 deputados federais para se fundar um novo partido), o que na prática impedia a existência de mais do que duas agremiações.
Vivíamos o bipardarismo pleno. Com o avanço do processo de democratização no país chegamos ao pluripartidarismo que evoluiu para o modelo que conhecemos hoje.
Este espectro ideológico vai ficando cada vez menos definido e mais nebuloso, uma vez que os programas partidários, as ideologias, os discursos vem sendo atropelados por praticas que não se diferenciam dentre os partidos.
Não há mais nenhum pudor ao se compor alianças e a mais recente para a prefeitura de São Paulo escancarou esta tendência. Ver Lula e Maluf lado a lado apoiando Haddad, teria sido mais constrangedor em outras épocas.
Os projetos de poder passaram a ser mais importantes do que projetos de governo. Estes discursos sobre direita e esquerda, conservadores e progressistas etc, cheiram a ingenuidade ou a cinismo de torcedores fanáticos que não perceberam estas mudanças e se apegam ferrenhamente ao passado
Outro fato importante que bem exibe o enfraquecimento dos partidos é que o eleitor vota cada vez mais nas pessoas e menos nas siglas.
Estas se tornaram em componentes de uma sopa rala e sem gosto que colocadas juntas num mesmo cadeirão enganam aos militantes e partidários, mas não tem nenhuma serventia para o eleitor desmotivado e descrente.
Esta coisa de falar em elites conservadoras, partidos da mídia, forças revolucionárias, esteve na ordem do dia nos tempos de Guevara. Hoje este linguajar é ridículo.
Acho até que o PT ao assumir o poder cumpriu com seu papel histórico e com mais competência que partidos que o antecederam. Mas o PT não é mais o PT, aquele partido forjado nos sindicatos, nos núcleos eclesiais de base, na militância aguerrida. O PT com o poder ganhou também o topete, os vícios e os tiques nervosos daqueles partidos que ele tão bem se confrontava politicamente.
Atribuir a condenação de lideres decaídos do PT a uma conspiração das elites conservadoras contra o avanço das forças de esquerda, está bem ao feitio destas belas adormecidas do PT original, que continuam em seu sono eterno nos braços do Frankenstein que o PT atual se transformou.
A corrupção deve ser combatida com vigor seja de que partido for originaria, e esta sim é uma luta atual.
Assim como passaram a ARENA e MDB, assim como teve sua vez o PDS, o PMDB, o PSDB, assim também o PT está passando para dar lugar a algo novo, e que traga mais alento para este cidadão que tem na pratica política limpa e transparente uma aspiração mais atual e realista.
A luta contra a corrupção em todos os campos da atividade humana: esta sim está na ordem do dia, e não é preciso ser da elite conservadora e nem do partido da mídia para afirmar isto, mas apenas mais um que crê que a prosperidade que serve a todos vem do trabalho honesto, árduo e produtivo. E nenhuma teoria da conspiração vai mudar isto.


                                                              

                                                                             João Drummond









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