sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O PT no Banco dos Réus?


O Partido dos Trabalhadores, desde a sua fundação até 2002, manteve seu eleitorado restrito a algo em torno de 20% , que era insuficiente para levar Lula à chefia do executivo nacional.
Ele foi o trigésimo quinto presidente da República Federativa do Brasil, cargo que exerceu de 1º de janeiro de 2003 a 1º de janeiro de 2011.
Como co-fundador e presidente de honra do Partido dos Trabalhadores (PT), Lula precisou lidar por anos com radicais que foram contra sua mudança de estratégia econômica após três derrotas em eleições presidenciais.
Esta mudança se deu quando o partido se tornou menos programático e mais pragmático, e a aliança com o PL de José Alencar permitiu que o PT abocanhasse maior fatia do eleitorado viabilizando a sua ascensão ao poder.
A partir daí o PT passou de ser um destino atraente de qualquer político que aspirasse uma carreira meteórica e bem sucedida.
O partido, antes de perfil ideológico, passou a receber em seus quadros, políticos de outros partidos, muitos deles com visão mercantilista e fisiológica.
Foi preciso a muitos destes, vencer o preconceito que nutriam pelo PT para aderir a seus quadros, afinal com a quebra do paradigma de sua ideologia original o partido se tornara promissor para uma boa e saudável política estomacal.
Durante a fundação do partido estavam com Lula, dentre outros os companheiros José Dirceu e José Genuíno, personagens, assim como o próprio Lula, lendários e ícones da luta contra a ditadura e da ascensão dos trabalhadores na política nacional.
A condenação recente de José Dirceu e José Genuíno por corrupção ativa, ouriçou os cabelos da nuca do PT. Sua política sempre tão solida e reconhecida, e que a exemplo do Terceiro Reich, prometia durar mil anos passou a ser questionada.
A solução dos ideólogos do partido foi colocar em campo seu time de articulistas e redatores para, num ataque em massa ao Supremo tentar emplacar a tese da conspiração das elites conservadores contra o avanço das políticas progressistas.
Vejam só que José Dirceu e José Genuíno foram (quase) condenados (ainda pode haver mudança de votos) por corrupção ativa, e apesar de seu valor relevante para a política nacional não são imunes às acusações desta natureza.
A imprensa a serviço do PT tentar mudar o foco da discussão a qualquer custo, sugerindo dentre outros absurdos que a condenação destes ex-dirigentes do PT, por corrupção ativa se deu sem provas, que o Supremo gera insegurança jurídica no Brasil com este processo, que estas condenações são um golpe nas políticas sociais.
Ora bolas, até os traficantes dos morros falavam em justiça social enquanto corrompiam jovens e matavam seus adversários.
O argumento de que o Supremo fora menos rigoroso com outros réus de crimes da mesma natureza, no passado recente, é outra perola plantada por esta imprensa dirigida a serviço do partido, como se ser frouxo, ingênuo ou formalista fosse sua natureza eterna. Talvez com isto contassem os membros do bando do Mensalão, em sua desenvolta e descarada ação.
A verdade é que o combate a corrupção em nada tem haver e em nada ameaça as políticas e a justiça social.
José Dirceu, José Genuíno e Delúbio Soares são apenas três personagens desta história, já os petista são milhões.  O problema é que o PT tenta transformar este julgamento numa luta insana contra dragões do passado que já estão mortos e enterrados.
Uma coisa é lutar contra a ditadura, outra é em regime democrático, tentar transformar um simples caso de corrupção, punido exemplarmente pelo Supremo, numa luta política e ideológica.
É aí que o PT se mostra arrogante e prepotente. Afinal enfrentou e ganhou da ditadura. Como deixar um bando de velhos caquéticos botarem o dedo acusatório na sua cara, sem reagir?
E creio que era exatamente isto o que pensavam José Dirceu e José Genuíno quando se enveredaram com a cara e a coragem na aventura mal sucedida do Mensalão
Talvez por isto tudo, e outras coisitas más o PT esteja se assentando sem ser citado ou convidado no bando dos réus.



                                                                       João Drummond

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