quarta-feira, 29 de junho de 2011

Jornalismo Questiona Justiça


Caiu o ultimo manto sacrossanto da Justiça. A máxima repetida à exaustão como bate estaca de qualquer discussão sobre lei recebeu um adendo. “Lei é para ser cumprida e não discutida... mas questionada”
E foi o próprio STF quem assim decidiu. A expressão é livre... Sempre livre.
Em algum lugar alguém estará defendendo o uso de armas, depois de ser assaltado e perder um ente querido. Apologia ao crime é deixar milhares de criminosos em mandato de prisão não cumprido. É deixar réu confesso em crime de morte por mais de uma década fora da prisão. É por conta da ineficiência da justiça deixar o povo a mercê de assassinos, ladrões e trombadinhas. Apologia ao crime é dizer que a lei da ficha limpa só vale para os crimes do amanhã... Sempre do amanhã.
É deixar nossas fronteiras escancaradas ao contrabando de armas e drogas. É deixar a corrupção grassar livre e solta no serviço público e entre os políticos.
Em algum lugar alguém estará defendendo o uso de drogas. Apologia ao crime é ficar por horas intermináveis discutindo em salas carpetadas, recursos repetitivos e caros enquanto nas ruas, se degrada a cidadania pela sua venda e uso indiscriminado.

Se o Supremo é o teto da lei. O teto da livre expressão é o céu. A marcha da maconha foi liberada. Decidiu-se como legal pelo casamento homo.  Viva! Chegamos ao século XXI.
E apesar disso a hipocrisia e o cinismo continuará, como ave agourenta, batendo suas asas sobre nossas cabeças.
Qual é o limite do jornalismo? É o mesmo da livre expressão. E não há diplomas nem leis que mudem isto.
Enquanto Castro Alves exercia seu jornalismo de denuncia em forma de poemas, em praça publica, o jornalismo oficial da época se encolhia timidamente atrás de seus meros diplomas e das letras da lei que escravizava e degradava a humanidade.

Mas a Palavra se impunha pela força de sua virtude:

Albatroz!  Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviatã do espaço,
Albatroz!  Albatroz! dá-me estas asas.


Qual é o limite do jornalismo senhores juízes e promotores? Não pode uma palavra que se curva a interesses mesquinhos e a burocracia superar a Livre Palavra que como a Leviatã do espaço é invocada pelo Espírito daqueles que esboçaram os princípios de uma Nação.
Como pode Um Pais descer tão baixo e jogar na lama sua bandeira. As classes política e jurídica que nos governam chegaram ao fundo do poço. A política de interesses partidários é uma banca vergonhosa de negócios e empregos.


 Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio.  Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Se algum juiz de magistratura medieval mandar a minha a porta uma agente da lei, eu o convidarei para um chá. Cala-se um jornalista, mas não estas palavras que continuaram a circular pela Internet como um habeas-corpus em defesa, não da pessoa, mas da instituição que não pode se acovardar em defesa do Estado de pleno Direito e da Verdadeira Democracia.

Castro Alves empreste-nos suas palavras, para com elas construirmos um novo Brasil

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!


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