PT... PT... Quem te Vi e Quem te Vê
Um Partido Franksteim?
Tenho saudades do PT de antigamente. Aquele que nasceu das memoráveis lutas sindicais do ABC. O partido das unidades eclesiais de base, de Frei Beto, de Marina, Silva, Cristovam Buarque, Sandra Starling e tantos outros que o deixaram por razões ideológicas.
Do PT do plano de governo, defensor da ética na política, implacável opositor das políticas elitistas e defensor de fato e de direito dos trabalhadores. O PT das idéias e dos ideais, o PT paladino dos direitos democráticos, do livre pensamento, o PT do debate, das teses polemicas, da militância aguerrida e comprometida.
Não desta coisa que vemos hoje que mais se parece com um partido Franksteim. Naquela época muitos que correram para o partido que crescia e vencia as eleições, torciam o nariz ao ver a bandeira vermelha com a cruz solitária. Era na opinião de muitos o partido da ralé.
Não tenho saudade do Partido de Palocci, de José Dirceu, de Genuíno, dos aloprados, dos mensaleiros, do dinheiro na cueca.
Não tenho saudades do PT da ética relativa, do projeto de poder, da governabilidade a qualquer preço.
E quando digo PT favor não entender Lula. Lula merece o capitulo a parte. Votei nele quatro vezes e acho que seu governo foi bom. Nunca entendi a sua posição de nunca “saber de nada”, mas justiça seja feita, cortou na carne ao se livrar de parceiros incômodos e envolvidos em escândalos.
O Lula cresceu mais que o partido e ganhou ou espaço especial no coração do povo. Seu governo, alem de capaz se mostrou também de uma sorte incrível diante da conjuntura mundial.
As suas teorias econômicas foram concebidas a partir do modelo neoliberal e seu governo recebeu colaboração decisiva de membros do governo FHC.
Portanto o mérito de seu governo se deve também as bases fincadas por governos anteriores.
Voltando ao Partido, hoje vemos uma cocha de retalhos, uma espécie de partido Franksteim, pecha atribuída antes ao PMDB, cujos membros, petistas de ultima hora, oportunistas, não sabem aceitar críticas com maturidade.
Sua melhor defesa é que a corrupção de governos anteriores era maior, como se fossemos obrigados assistir campeonato de corrupção, dizer amém ao seu cinismo nas alianças espúrias, e ainda livrar a cara de membros de seu governo pegos de calça curta.
Os resultados sociais do governo petista têm que ser considerados, mas não pode ser salvo conduto ou carta branca para suas maracutaias e bandalheiras.
Temos que esperar uma evolução num novo futuro governo, que pode somar as grandes conquistas atuais com o resgate dos antigos padrões de ética na política.
O partido tem que se livrar da picada da Mosca Azul com a licença e a benção de Frei Beto e voltar à vista para sua origem, humilde, mas digna, para deixar de ser mais um partido político e ser o partido da verdadeira mudança que o Brasil (atolado em problemas de toda a sorte) precisa e merece.
João Drummond
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